Predator
Recep Tayyip Erdogan
Presidente da República da Turquia, depois de ter servido como primeiro-ministro a partir de 2003
Predador desde 2009
Turquia, 153o/180 no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2021
MODO DE PREDAÇÃO: democratura agressiva
O presidente turco não gosta da imprensa, ou melhor, só gosta dela submissa, dócil e propagandeando seus méritos. Armado com uma lei de inteligência, uma legislação anti-terrorismo de espectro tão amplo que permite qualquer abuso, além de uma lei que permite a qualquer pessoa ser processada por "insulto ao presidente", Recep Tayyip Erdogan tem liberdade total para perseguir todas as vozes dissonantes. Por diversos meios políticos ou econômicos, também controla quase todos os principais grupos de imprensa (especialmente as televisões). O estado de emergência, instaurado em julho de 2016 na esteira do golpe de Estado fracassado, deu origem a uma onda sem precedentes de prisões de jornalistas e foi a oportunidade para fechar mais de 100 jornais, revistas, televisões e rádios. Apesar de tudo, raros tribunais ou instâncias judiciais superiores (tribunal constitucional, tribunal de cassação, conselho de Estado, etc.) conseguem mostrar sinais de resistência. O clima degradado, no entanto, contribui para estimular a violência contra jornalistas: mais de uma centena deles foram violentamente agredidos nos últimos cinco anos e um, que trabalhava em uma rádio em Bursa, foi morto por um ouvinte.
ALVOS PREFERIDOS: os jornalistas críticos
Sejam de esquerda, pró-curdos, próximos do movimento Gülen, secularistas, nacionalistas... qualquer jornalista ou meio de comunicação considerado crítico está sujeito a ser processado. Embora a Turquia não seja mais a maior prisão do mundo para jornalistas, o risco de encarceramento e o medo de trabalhar sob supervisão judicial ou sem passaporte permanece onipresente. Em 2020, cerca de 50 jornalistas foram presos, sobretudo por terem coberto a questão dos refugiados sírios na fronteira com a Grécia ou por escreverem sobre a pandemia de Covid-19. A censura na Internet de qualquer assunto de interesse público que envolva personalidades próximas ao governo também é comum: em 2020, mais de 1.300 links levando a artigos online (sobre corrupção, clientelismo, etc.) foram censurados por juízes, a mando de Erdogan.
DISCURSO OFICIAL: negação envolta em ameaças
“Nunca fizemos nada contra a liberdade de expressão ou de imprensa. Pelo contrário, a imprensa na Turquia me criticou muito, a mim e ao meu governo, e me atacou muito. E, apesar desses ataques, temos sido muito pacientes na maneira como respondemos a esses ataques " (Entrevista à CNN, 1o de abril de 2016).
Publié le