Américas
Colômbia
-
Ranking 2024
119/ 180
Nota: 49,63
Indicador político
90
48.05
Indicador econômico
124
37.58
Indicador legislativo
48
72.71
Indicador social
132
48.08
Indicador de segurança
139
41.75
Ranking 2023
139/ 180
Nota: 45,23
Indicador político
84
55.63
Indicador econômico
149
35.05
Indicador legislativo
83
64.10
Indicador social
156
37.37
Indicador de segurança
155
34.01

A Colômbia continua sendo um dos países mais perigosos das Américas para jornalistas. A cobertura de temas como meio ambiente, conflitos armados, corrupção ou conluio entre políticos, empresas, grupos armados ilegais e crime organizado os expõe sistematicamente a assédio, intimidação e violência.

Cenário midiático

Somente três grupos de mídia são capazes de cobrir todas as regiões do país, levando em conta a deficiente infraestrutura de comunicação colombiana. O rádio continua sendo o meio de maior penetração, mas as estações independentes são mais frágeis economicamente do que aquelas que pertencem aos grandes conglomerados de mídia. Mais da metade dos habitantes das capitais departamentais se informam por meio de sites de notícias online e de redes sociais. Embora existam veículos de comunicação na maioria dos departamentos, há pouca cobertura de notícias locais em grande parte do país. A diversidade das fontes de informação permanece insuficiente para a população.

Contexto político

Em 2022, pela primeira vez em sua história, a Colômbia elegeu um governo de esquerda com uma coalizão majoritária. A oposição continua forte, o que alimenta a tensão entre as forças políticas e a polarização da sociedade. O governo tenta rebater as críticas da imprensa tradicional nas redes sociais, enquanto altos funcionários do governo são acusados de estigmatizar os jornalistas. Casos anteriores de vigilância e espionagem de jornalistas pelo Estado permanecem sem uma resposta da Justiça.

Quadro jurídico

A Constituição de 1991 garante a liberdade de expressão e de informação. Cada setor de mídia (rádio, televisão, imprensa escrita) tem sua própria jurisprudência, mas a multiplicidade de leis é tal que elas só geram confusão. O governo que esteve no poder entre 2018 e 2022 promoveu a reforma das leis de televisão e informação no Congresso, tentando repetidas vezes restringir a liberdade de imprensa. Durante os períodos eleitorais, as autoridades limitam a divulgação de informações sobre a “ordem pública” àquelas confirmadas por fontes oficiais.

Contexto económico

A maior parte dos veículos de comunicação regionais é cooptada por financiamento do setor público ou de empresas locais, o que limita sua capacidade crítica. Os veículos comunitários, independentes e alternativos contam com fontes de financiamento reduzidas, enquanto na esfera digital as receitas publicitárias tiveram um crescimento significativo, e pelo menos dois veículos de comunicação independentes vivem agora da contribuição financeira de seu público. Os sites de notícias pagos estão em alta e a mídia tradicional recorre agora ao sistema de assinaturas. Depois da pandemia, alguns jornais retomaram sua versão impressa, mas a escassez de fornecedores de papel e a desvalorização da moeda encareceram os suprimentos.

Contexto sociocultural

Estudos alertam para o crescimento da desinformação e para a falta de apreço pela cobertura jornalística da mídia por parte do público, que considera os jornalistas tendenciosos. A expansão da conectividade no país ainda sofre as consequências do escândalo de corrupção no Ministério da Tecnologia, Informação e Comunicação (Mintic). No interior, persiste o vínculo entre jornalismo, política e mundo dos negócios. Além disso, líderes nacionais e locais, assim como algumas personalidades influentes, contribuem para a estigmatização de jornalistas críticos.

Segurança

A cobertura de questões ambientais, como o impacto da mineração e o desmatamento, assim como de todas as questões ligadas a conflitos armados, reivindicação de terras, organização comunitária, direitos das comunidades étnicas ou acordos de paz, expõem os jornalistas à violência. A segurança dos jornalistas também é gravemente ameaçada quando cobrem temas ligados à corrupção, à expansão dos cartéis mexicanos e às alianças entre políticos, grupos armados e empresas. Jornalistas são alvo de ameaças e estigmatização, e até mesmo vítimas de assassinato: dois deles foram mortos em 2022, sendo que um deles estava sob proteção do Estado.