No mês internacional de luta das mulheres, a RSF lembra das jornalistas e comunicadoras que são vítimas de violência
Neste vídeo, em memória de tantas que foram assassinadas e daquelas que seguem em resistência contra ataques cotidianos, ouvimos quatro jornalistas latino-americanas: Balbina Flores, representante da Repórteres sem Fronteiras no México; Dina Meza, hondurenha e directora de pasosdeanimalgrande.com; Fabiola León Posada, colombiana, professora e analista de mídia; e Julia Lima, brasileira, coordenadora do Programa Mulheres e Territórios no Fundo de Ação Urgente para América Latina e Caribe.
Elas nos relatam as principais agressões a que essas mulheres estão submetidas em função do exercício de sua profissão: ataques coordenados em redes sociais, ameaças de violência sexual e de violência física, desigualdade de salários, assédio no local de trabalho, repressão durante coberturas, tortura, desaparecimentos e assassinatos.
Na última década, cerca de 40 jornalistas mulheres foram assassinadas no mundo. Somente no Brasil, Colômbia, México e Honduras, foram 10 as jornalistas que perderam suas vidas para a violência.
O vídeo lembra que, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, mulheres jornalistas são duplamente atacadas: tanto por exercer sua liberdade de expressão, quanto por seu gênero. E que estes não são atos de violência isolados, mas sintomáticos de um padrão de discriminação estrutural contra as mulheres, que tem raízes em conceitos de inferioridade e subordinação diante dos homens.
Por fim, o vídeo traz dados do relatório “O jornalismo frente ao sexismo”, lançado este mês pela Repórteres sem Fronteiras. O estudo ouviu jornalistas em todo o mundo e revela os tipos de violência que mais afetam essas profissionais, quem as pratica, suas consequências, como os veículos de comunicação tem respondido a este problema e que recomendações a organização faz para enfrentar este desafio estruturante.