Uma jornalista do Mato Grosso do Sul ferida num atentado : "É necessária a maior das vigilâncias em vésperas das eleições municipais"
Na sequência do atentado que feriu a jornalista Neiva Veiga, no Estado do Mato Grosso do Sul, a 30 de agosto de 2008, Repórteres sem Fronteiras alerta para as ameaças e intimidações que a imprensa continua a sofrer em determinadas regiões.
Repórteres sem Fronteiras tomou conhecimento com preocupação do atentado de que foi alvo, no dia 30 de agosto de 2008, em Japorã (Estado do Mato Grosso do Sul), Neiva Pinheiro Veiga, de 46 anos, diretora e colunista política do bi-semanário O Liberal.
“Felizmente, a vida de Neiva Pinheiro Veiga não está em perigo. Expressamos todo o nosso apoio à redação de O Liberal, e em particular ao seu editor, Celso Maciel Veiga, esposo da vítima. Congratulamo-nos igualmente pela detenção rápida de um suspeito. No entanto, relembramos que o país entra numa fase de campanha para as próximas eleições municipais e tememos que a imprensa, e especialmente a local, fique sujeita a ameaças e intimidações em determinadas regiões. Assim, solicitamos aos governos dos Estados e às autoridades federais a maior das vigilâncias. Por outro lado, esperamos que o móbil do atentado contra Neiva Pinheiro Veiga seja prontamente averiguado”, declarou Repórteres sem Fronteiras.
Foi durante a cobertura de um comício do prefeito de Japorã e candidato a reeleição, Rubens Freire Marinho, que Neiva Pinheiro Veiga foi ferida pelos estilhaços de uma bomba caseira lançada no meio da multidão, no fim de tarde do dia 30 de agosto. Uma criança, igualmente atingida, apresentava feridas ligeiras, enquanto que Neiva Veiga sofreu queimaduras nas pernas de primeiro e segundo grau. Testemunhas afirmaram terem visto um homem jogar o artefato. A polícia rapidamente localizou e deteve Júnior Rodrigues da Silva, de 27 anos, morador de Itaquiraí. O suspeito negou qualquer envolvimento no atentado.
O ataque contra Neiva Veiga poderia se dever a motivos políticos, já que a jornalista acabava de ser designada, no dia do atentado, como presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT, centro-esquerda) na localidade de Mundo Novo, onde ela reside. Nos seus editoriais, Neiva Veiga também não poupa críticas aos políticos da região.