Um jornalista vítima de um novo atentado ao investigar as mafias do jogo
Repórteres sem Fronteiras condena o atentado com armas de fogo de que foi alvo João Alckmin, da estação Rádio Piratininga, baleado no passado dia 22 de Novembro no Estado de São Paulo. Embora a vida do jornalista não se encontre em perigo, trata-se do segundo atentado contra a sua pessoa no decorrer do presente ano.
Repórteres sem Fronteiras denuncia o atentado de que foi alvo João Alckmin, apresentador do programa “Showtime” na Rádio Piratininga. O jornalista ficou ferido na sequência dos disparos de um desconhecido, no dia 22 de Novembro, em São José dos Campos (Estado de São Paulo, sudeste do país). Afortunadamente, a sua vida não corre perigo.
“Este atentado poderá estar relacionado com as investigações de João Alckmin sobre o tráfico de máquinas de jogo na região, em especial tendo em conta que o jornalista já foi vítima de um ataque do mesmo tipo no passado mês de Julho. Solicitamos às autoridades que esclareçam rapidamente as circunstâncias e as responsabilidades deste atentado. Apesar de visíveis progressos no que respeita à liberdade de imprensa, o Brasil ainda é palco de casos de agressões violentas ou de homicídios de jornalistas, em alguns casos com a colaboração de polícias”, afirmou Repórteres sem Fronteiras.
Na noite de 22 de Novembro de 2007, João Alckmin, de 55 anos, passeava o seu cão no centro de São José dos Campos quando um indivíduo o alvejou, ferindo-o no pescoço, num braço e nas costas. Atacado pelo cão, o agressor fugiu numa moto. Várias testemunhas conseguiram ver o seu rosto. O jornalista foi hospitalizado e goza de proteção policial.
A agressão poderá ficar a dever-se às múltiplas revelações de João Alckmin no seu programa radiofónico sobre a mafia das máquinas de jogo e a cumplicidade de que esta beneficia da parte de determinados membros da polícia. A filha do jornalista afirmou que o seu pai havia recebido dezenas de ameaças anónimas por telefone e por carta. João Alckmin investiga sobre este tema há cinco anos.
Trata-se do segundo atentado com armas de fogo visando João Alckmin desde o início do ano. No passado dia 5 de Julho, o advogado Rodrigo Duenhas, confundido com o jornalista, havia sido atingido com uma bala no pescoço, no momento em que circulava de automóvel com a esposa de João Alckmin, a advogada Tânia Lis Tizzoni Nogueira. O advogado encontra-se ainda em convalescença.
João Alckmin é primo direito de Geraldo Alckmin, antigo governador do Estado de São Paulo e candidato derrotado na última eleição presidencial, realizada a 29 de Outubro de 2006.