Um conhecido jornalista ameaçado de morte por mensagens SMS
Repórteres sem Fronteiras condena as ameaças de morte de que tem sido vítima, desde o dia 18 de Maio de 2010, Salomão Moyana, director do semanário Magazine Independente, impresso em Maputo.
“A Polícia de Investigação Criminal moçambicana já foi informada acerca destas ameaças pelo jornalista, a quem prometeu que iniciaria diligências. Apoiamos a acção de Salomão Moyana e solicitamos à polícia que leve a cabo uma investigação séria. Tememos que estas ameaças se concretizem, tanto mais que Salomão Moyana já foi vítima de um acto violento, a 20 de Maio, quando o seu automóvel foi vandalizado em frente à sua residência”, declarou a organização.
A partir de 18 de Maio, Salomão Moyana começou a receber várias mensagens SMS anónimas no seu telemóvel. Repórteres sem Fronteiras teve acesso ao conteúdo de algumas delas: “Tu andas a insultar (Afonso) Dhlakama, pensas que podes destruir a imagem dele”, “Tu escreves merda e pensas que nós somos burros”, “Já estamos fartos de ti (…) vamos te bater, vamos de prokurari para ti batir bem qui nunka vesti na vida (sic)”, entre outras.
Embora de carácter anónimo, estas mensagens provêm claramente de apoiantes do partido político de oposição RENAMO. São uma reacção à publicação de um editorial de Salomão Moyana denunciando a “incoerência política” do chefe do partido, Afonso Dhlakama, que recusa reconhecer a legitimidade dos deputados da RENAMO na Assembleia da República sem o seu acordo prévio. O jornalista também criticou o líder político sobre um episódio da sua vida privada.
A secção moçambicana do Media Institute of Southern Africa (MISA) repudiou publicamente as intimidações de que é vítima Salomão Moyana.