Três policiais militares condenados pelo assassinato do jornalista Luiz Barbon Filho em 2007
O Tribunal de Justiça de São Paulo enviou uma mensagem importante na luta contra a impunidade, a 27 de março de 2010, ao condenar quatro homens, entre os quais três policiais militares, pelo assassinato do jornalista Luiz Barbon Filho. A dificuldade em obter a condenação de representantes das forças de segurança, envolvidos com demasiada freqüência nos ataques contra a liberdade de imprensa, confere a esta decisão um valor exemplar.
Reconhecidos culpados do crime, o sargento Edson Luiz Ronceiro, o capitão Adélcio Carlos Avelino, assim como o comerciante Carlos Alberto da Costa, foram sentenciados a uma pena de dezoito anos e quatro meses de prisão cada um por “homicídio qualificado” e “formação de quadrilha”. Por seu lado, o soldado Paulo César Ronceiro foi condenado pela primeira das acusações a dezasseis anos e quatro meses de reclusão. A esposa da vítima, Kátia Camargo, teve que ingressar no programa de proteção de testemunhas antes de poder prestar depoimento.
Colaborador do semanário Jornal do Porto e do diário JC Regional, Luiz Barbon Filho denunciara, em 2003, o envolvimento de quatro empresários e de cinco vereadores de Porto Ferreira (SP) num escândalo de abusos sexuais sobre adolescentes. Apenas um garçom implicado nesse caso acabou por ficar detido, enquanto os restantes condenados foram colocados em liberdade.
Na noite do dia 5 de maio de 2007, dois indivíduos encapuzados e circulando em moto dispararam à queima-roupa sobre Luiz Barbon Filho, que se encontrava num bar de Porto Ferreira. Atingido no abdômen, o jornalista sucumbira aos ferimentos após ser transferido ao hospital. Tinha então 37 anos.
(Foto : Folha online)