Suspeita de execução após assassinato do terceiro jornalista desde o começo do ano
Morto a tiros a 8 de março de 2013 em Ipatinga (Minas Gerais), Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, é o terceiro jornalista assassinado desde o início do ano no Brasil. A hipótese de uma execução planejada, provavelmente relacionada com a atividade profissional da vítima, parece ser a linha preferencial das autoridades federais, como avançou por Tweeter a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Ao sair com um colega de uma lanchonete que frequentava habitualmente, Rodrigo Neto foi abatido a tiro por dois indivíduos quando se dirigia ao seu automóvel. Os assassinos não levaram nada do material profissional da vítima.
Especialista em questões policiais de dois meios de comunicação regionais – Rádio Vanguarda AM e o diário Vale do Aço –, o jornalista já havia relatado ter sido ameaçado e vigiado por pessoas suspeitas. Suas reportagens o haviam levado a denunciar à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa estadual o envolvimento de policiais em crimes.
“Tomamos nota com satisfação da mobilização das autoridades de Minas Gerais, que enviaram doze policiais civis para ajudar com a investigação, e da atenção com que as instâncias federais parecem tratar o caso. Segundo algumas informações, alguns suspeitos já terão inclusivamente sido detidos. A hipótese policial deverá ser estudada de forma prioritária, tendo em conta as investigações sensíveis levadas a cabo pela vítima”, declarou Repórteres sem Fronteiras.
“Esse caso volta a sublinhar o perigo extremo que enfrentam os jornalistas que se atrevem a abordar problemas de corrupção ou de vínculos com o crime organizado no interior das forças da ordem. Os recentes exílios de André Caramante e de Mauri König – que entretanto já regressaram ao país – realçam a necessidade de uma reforma profunda de determinadas instituições policiais”, acrescentou a organização.