Repórteres sem Fronteiras exprime sua emoção após assassinato do motorista de dois jornalistas
Repórteres sem Fronteiras exprime sua viva emoção após a morte de José Maria Ramos da Silva, motorista do Diário do Nordeste de Fortaleza (Nordeste do Brasil), assassinado no dia 26 de outubro, quando acompanhava dois jornalistas em reportagem numa favela. Esse episódio lembra que, na imprensa, o risco profissional não diz unicamente respeito aos jornalistas.
Com muita comoção, Repórteres sem Fronteiras tomou conhecimento da morte, no dia 26 de outubro de 2005, em Fortaleza, no Nordeste do Brasil, de José Maria Ramos da Silva, morto por tiros quando acompanhava dois jornalistas do jornal regional Diário do Nordeste, que estavam em reportagem.
« Repórteres sem Fronteiras apresenta suas mais sinceras condolências à família de José Maria Ramos da Silva, bem como à equipe do Diário do Nordeste, do qual era empregado. Esse episódio vem lembrar que os jornalistas não são os únicos a correrem os riscos ligados à profissão e que, todo ano, numerosos colaboradores da mídia o pagam com a própria vida », declarou Repórteres sem Fronteiras. No entanto, a Organização congratula-se com o rápido avanço do inquérito policial sobre o crime.
Motorista da redação do Diário do Nordeste, José Maria Ramos da Silva, de 55 anos, foi morto na tarde de 26 de outubro, quando acompanhava Aécio Santiago e o fotógrafo José Leomar, em reportagem na Favela dos Sandras, em Fortaleza. O crime aconteceu quando a vítima estava esperando os dois jornalistas, que tinham ido realizar a cobertura das atividades dos trabalhadores sociais da favela.
Ao sair do prédio da Fundação em que realizavam a reportagem, Aécio Santiago e José Leomar viram que o motorista estava sendo agredido e mantido por um homem armado. Quando os dois jornalistas estavam indo buscar socorro, ouviram os tiros de revólver. De acordo com a autópsia, feita algumas horas depois, José Maria Ramos da Silva foi atingido a queima-roupa por três tiros de revólver calibre 38 : um no estômago, outro no peito e um terceiro na orelha esquerda. Além disso, recebeu uma centena de violentos golpes no rosto.
Desde já, o inquérito policial tornou possível apontar Edigleuson Monteiro da Silva, vulgo « Batata », como o suposto autor do crime. Especialista em ataques a mão armada desde a adolescência, tinha saído recentemente da prisão, como o cúmplice, José Vandeilson Campina do Nascimento, vulgo « Vandeco », de 25 anos, em cuja casa o revólver foi encontrado. Os dois homens, considerados perigosos, foram reconhecidos por comerciantes da favela que tinham sido recentemente assaltados pelos dois criminosos.