Ranking 2017 da Liberdade de Imprensa: um mapa-múndi cada vez mais sombrio
A edição 2017 do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres sem Fronteiras (RSF) está marcada pela banalização dos ataques contra as mídias e o triunfo de políticos autoritários que fazem com que o mundo caia na era da pós-verdade, da propaganda política e da repressão.
A liberdade de imprensa nunca esteve tão ameaçada. São agora 21 países no espectro mais baixo do Ranking, ou seja, nos quais a situação da imprensa é considerada como "muito grave". 51 países (comparado a quarenta e nove no ano passado) estão no "vermelho", onde a situação da liberdade de informação nesses é considerada "difícil". No total, cerca de dois terços (62%) dos países listados apresentaram um agravamento de sua situação em 2016. A edição 2017 do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa elaborado pela Repórteres sem Fronteiras. revela a amplitude dos males e flagelos que prejudicam a liberdade de informar no mundo.
“A RSF deplora a degradação perniciosa e contínua da liberdade de imprensa na América Latina”, declarou Emmanuel Colombié, diretor do escritório para a América Latina da RSF. A instabilidade política e econômica observada em diversos pontos nessa zona geográfica não justifica esse ambiente às vezes hostil para o trabalho da imprensa. Os jornalistas que investigam temas sensíveis que afetam os interesses da classe política ou do crime organizado são regularmente feitos alvos, perseguidos ou assassinados. Diante de uma ameaça tão multifacetada, os jornalistas devem, com frequência demais, se autocensurar, ou até mesmo se exilar para sobreviver. Essas situações são insuportáveis em países democráticos. Já é tempo de inverter essa tendência e permitir que a profissão se liberte desses incontáveis entraves. ”