Alçado ao poder após uma década de 1990 marcada pela diluição de sua autoridade, Vladimir Putin possui desde então apenas uma palavra de ordem: controle. Os meios de comunicação rapidamente sentiram os efeitos da “vertical do poder”, sobre a qual teorizou durante seus dois primeiros mandatos. Desde o início dos anos 2000, os canais de televisão nacionais foram todos retomados pelo Kremlin, inundando os cidadãos russos com um dilúvio de propaganda. O intervencionismo amplamente exacerbado após seu retorno à presidência gerou uma onda de protestos sem precedentes em maio de 2012. Diante da afirmação da sociedade civil, Vladimir Putin aprovou uma série de leis liberticidas que criminalizam os protestos e restringem a liberdade de expressão. A lei de meios de comunicação “agentes estrangeiros” - que afeta toda a imprensa desde 2017 - coloca em grande dificuldade econômica os veículos independentes, como o
Meduza, levando, em alguns casos, ao seu fechamento. Além disso, vários jornalistas foram obrigados a se declarar “agentes estrangeiros”. Durante os protestos pró-Navalny, a liberdade de imprensa foi ostensiva e massivamente violada pela polícia. O cerco está se fechando ao redor da Internet, que foi pouco a pouco controlada, desde 2012, graças a inúmeras leis que visam proibir determinados conteúdos, aumentar o controle do fluxo de dados, impedir comunicações online anônimas e estabelecer um sistema de vigilância.
Vladimir Putin tem como alvo os meios de comunicação independentes, em particular através do emprego da lei sobre os meios “agentes estrangeiros” e dos oligarcas e empresários amigos, que compram e colocam os meios de comunicação independentes na linha. Dezenas de jornalistas foram alvo de prisões, por vezes violentas, e detenções arbitrárias enquanto cobriam manifestações em apoio ao oponente Alexeï Navalny. A situação da liberdade de expressão na Rússia é a pior do país desde a queda da URSS. Atualmente, pelo menos oito jornalistas russos estão presos:
Alexander Valov (2018),
Remzi Bekirov (2019),
Abdulmoumine Gadjiev (2019),
Rachid Maïsigov (2019),
Ivan Safronov (2020),
Ian Katelevski (2020),
Aleksander Dorogov (2020) e
Vladislav Yesipenko (2021). Em 2020, o jornalista
Aleksandr Tolmachev morreu na prisão por falta de atendimento médico.
DISCURSO OFICIAL: distorção descarada