A pista profissional menos provável no assassinato do jornalista José Pontes de Souza

Repórteres sem Fronteiras toma nota do avanço na investigação sobre o assassinato do jornalista José Rubem Pontes de Souza, morto com duas balas na nuca na noite do dia 30 de outubro de 2010, no Estado do Rio de Janeiro.

A polícia já deteve o antigo policial militar Renato Demétrio de Souza. O suspeito conta com um cadastro prévio de “roubo”, “formação de quadrilha”, “tráfico de droga” e dois homicídios.

De acordo com o comissário de polícia Nei José Ramos Loureiro, o detido alugava máquinas de jogo a bares da região e dividia os lucros com os comerciantes. Renato Demétrio de Souza terá assassinado José Rubem Pontes de Souza por este ter recusado se associar com ele nesse negócio. Duas testemunhas presentes no bar no momento do crime afirmam reconhecerem o alegado assassino.

José Rubem Pontes de Souza foi o terceiro jornalista assassinado no Brasil em quinze dias. Até ao momento, a pista profissional parece confirmada em apenas um dos casos->38727].

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09.11.2010- Um novo assassinato aumenta para três o número de jornalistas mortos no espaço de 15 dias

O jornalista José Rubem Pontes de Souza, diretor-presidente do Entre-Rios Jornal, foi morto com dois tiros disparados contra sua nuca na noite de 30 de outubro de 2010, na cidade de Três Rios, no interior do Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com testemunhas, José Pontes de Souza se encontrava em um bar, em Paraíba do Sul, cidade distante 147 quilômetros do Rio de Janeiro, quando um desconhecido pulou uma janela que dá acesso ao local, antes de fazer os disparos e fugir em seguida.

Trata-se do terceiro assassinato de jornalistas no espaço de 15 dias no Brasil. No último 16 de outubro, Wanderley dos Reis, proprietário e jornalista do Jornal Popular News, foi mortalmente ferido em sua residência, no Estado de São Paulo. Apenas dois dias depois, Francisco Gomes de Medeiros, apresentador da Rádio Caicó, foi assassinado diante de sua residência, no Estado do Rio Grande do Norte. A motivação para o crime foi confirmada como tendo relação com sua atividade profissional.

No inquérito sobre a morte de José Pontes de Souza, a polícia levantou a hipótese de um assalto. Essa versão, contudo, parece pouco provável, tendo em vista o relato feito por testemunhas presentes ao bar no momento do crime. Nos dias que antecederam o ocorrido, o jornal dirigido pela vítima acompanhava de perto o caso de uma jovem assassinada em Três Rios.

O jornalista participava da vida política local. Em 2008, ele havia disputado as eleições para a prefeitura de Paraíba do Sul.

Repórteres Sem Fronteiras faz coro com as diversas organizações brasileiras que solicitam que o inquérito aponte, o mais rápido possível, os autores do crime, bem como esclareça sua motivação.

Os assassinatos em série ocorridos no Brasil acontecem no exato momento de uma sensível melhora em sua classificação (58º entre 178 países) no ranking mundial da liberdade de Imprensa, publicado por Repórteres Sem Fronteiras no dia 20 de outubro passado.

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Updated on 16.10.2016