Pista do narcotráfico equacionada após assassinato de jornalista no Ceará
Repórteres sem Fronteiras deseja uma conclusão expedita da investigação sobre a morte de Mafaldo Bezerra Goes, de 61 anos, assassinado a tiros a 22 de fevereiro de 2013 em Jaguaribe, no Ceará (Nordeste). A vítima, apresentador de um programa policial na rádio local FM Rio Jaguaribe, havia sido alvo de ameaças. Se trata do segundo jornalista morto no Brasil desde o início do ano. O primeiro, Renato Machado Gonçalves, também trabalhava em uma rádio. Em 2012, foram cinco os jornalistas que perderam a vida por crimes relacionados com sua profissão.
“Os investigadores encarregues desse caso dão prioridade à pista profissional, tendo em conta as informações sensíveis que Mafaldo Bezerra Goes transmitia em seu programa. Mas se a investigação não avançar rapidamente, as autoridades federais deverão se apoderar do caso, seguindo um mecanismo concebido na sequência de um ano de 2012 particularmente mortífero para a imprensa brasileira, sobretudo a regional”, declarou Repórteres sem Fronteiras.
Mafaldo Bezerra Goes foi executado a sangue frio por dois indivíduos montados em uma motocicleta – localizada pouco depois com uma placa falsa – quando se deslocava às instalações de FM Rio Jaguaribe. A delegada Vera Lúcia Granja relacionou imediatamente esse assassinato com a profissão da vítima, a qual não hesitava em fornecer nomes de suspeitos dos crimes que denunciava na rádio. De acordo com o site Iguatu Notícias, que cita uma fonte policial, o jornalista terá sido assassinado por ordem de um narcotraficante local atualmente preso.
Repórteres sem Fronteiras recordou recentemente as perdas humanas dos jornalistas de rádio. No último ano, dezoito radialistas foram mortos em todo o mundo.