O dono de rádio e jornal e director de um programa morre baleado em Pernambuco
Proprietário da emissora Rádio Bezerros, na qual apresentava um programa, e do diário Folha do Agreste, José Givonaldo Vieira empurrava a porta da sua redação quando foi assassinado na manhã do dia 14 de dezembro de 2009 em Bezerros, a uma centena de quilómetros de Recife (Nordeste). Dois indivíduos a bordo de uma viatura dispararam cinco tiros na sua direção, atingindo-o duas vezes na cabeça. O comunicador sucumbiu pouco depois, enquanto era conduzido ao hospital.
“Por agora, nenhum elemento permite estabelecer uma relação entre este crime e as atividades de José Givonaldo Vieira. O móbil político não pode ser excluído, tendo em conta a influência que podia exercer sobre a vida local esse comunicador, cujo programa de rádio contava com uma sólida audiência. A região do Nordeste, exposta ao crime organizado e ao tráfico de drogas, continua a ser uma zona de risco para a imprensa. Esperamos que a intervenção pessoal nesse caso do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, favoreça uma rápida progressão da investigação”, declarou Repórteres sem Fronteiras.
O assassinato de José Givonaldo Vieira apresenta todas as características de uma execução por encomenda. O pai da vítima assegurou que seu filho não tinha inimigos. No entanto, segundo um juiz aposentado e ex-deputado próximo da família, Clóvis Correia, citado pelo diário O Globo, José Givonaldo Vieira teria incomodado alguns políticos locais. O programa “Bezerros Comunidade”, que ele apresentava na sua própria emissora, seguia uma linha crítica para com a administração municipal. José Givonaldo Vieira tinha quarenta anos. Era pai de duas crianças de dez e onze anos.
Este assassinato evoca aquele de Jota Cândido, da Rádio Comunitária Alternativa, também ele abatido a tiros em frente à sua redação a 1 de julho de 2005, em Carpina, igualmente no Estado de Pernambuco. Para além de ser vereador da cidade, o jornalista se encontrava em conflito aberto com o prefeito por causa de suas revelações regulares de casos de corrupção.