Novembro negro no Brasil: um jornalista e dois blogueiros assassinados
O mês de novembro viu dois blogueiros independentes e um radialista serem mortos no Brasil. Repórteres sem Fronteiras exorta a justiça do país a lutar contra a impunidade dos crimes cometidos contra a profissão e a reforçar a proteção dos jornalistas brasileiros.
Em novembro, em apenas onze dias, um radialista e dois blogueiros foram assassinados. Nos três casos, o modo operatório é idêntico: motoqueiros armados e encapuzados.
Israel Gonçalves Silva (37 anos) foi executado a 10 de novembro de 2015 em Lagoa de Itaenga (Pernambuco). Era apresentador da Rádio Comunitária Itaenga FM e havia recebido várias ameaças de morte. Três dias depois, foi a vez do blogueiro independente Ítalo Eduardo Diniz Barros (30 anos), encontrado morto em Governador Nunes Freire, no estado do Maranhão. Nesse mesmo estado, que não faz parte da lista dos mais violentos, Orislandio Timóteo de Araújo (37 anos), também conhecido como Roberto Lano, foi abatido a 21 de novembro na localidade de Buriticupu. Orislandio era blogueiro em e radialista.
Os três homens opinavam sobre a vida política de suas cidades e denunciavam regularmente a corrupção de políticos locais. Em cada um dos casos, a polícia abriu uma investigação para identificar as motivações do crime e seus mandantes.
“Repórteres sem Fronteiras solicita às autoridades locais e ao governo brasileiro que esclareçam as circunstâncias por detrás desses atos de uma cobardia inqualificável, declara Emmanuel Colombié, chefe do departamento América Latina de RSF. A pista profissional não deve ser afastada pela justiça, que tem como obrigação proteger os blogueiros e os jornalistas no conjunto do território nacional.”
Com estes três novos casos, são já sete os jornalistas ou blogueiros assassinados no Brasil no presente ano, após Gleydson Carvalho a 6 de agosto, Djalma Santos da Conceição a 22 de maio, Evany José Metzker, decapitado a 18 de maio, e Gerardo Servian Coronel, abatido a 4 de março.
O Brasil ocupa a 99ª posição em 180 países na Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2015 de RSF.