Jornalista é assassinada no Estado de São Paulo
Repórteres sem Fronteiras exprimiu sua viva inquietação após o assassinato de Melyssa Martins Correia (foto), jornalista do diário Oeste Notícias, de Presidente Prudente (cidade localizada a 400 quilômetros da capital).
Robert Ménard, secretário geral de Repórteres sem Fronteiras, em carta endereçada ao Governador do Estado, Geraldo Alckim, pediu que este, pessoalmente, fizesse todo o possível no sentido de instaurar um inquérito aprofundado sobre o crime e garantir a segurança dos jornalistas.
No dia 3 de junho, Melyssa Martins Correia, de 23 anos, diretora do suplemento cultural do diário Oeste Notícias, de Presidente Prudente, foi ferida na cabeça por um tiro à queima-roupa. Encontrada ainda viva pela polícia, a jornalista morreu ao ser transportada para o hospital.
O assassino fugiu imediatamente após ter atirado na vítima, parando um carro e obrigando o motorista, Fábio César Padoves, a levá-lo para o vizinho Estado de Mato Grosso do Sul. Durante o percurso, o assassino teria confessado que o crime que acabara de cometer havia sido comandado, do mesmo modo que o do juiz Antonio José Machado, no último mês de março. Naquela época, o diário havia feito ampla campanha de acusação contra a organização PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo. Aliás, por várias vezes, o jornal havia denunciado as ações criminosas desta organização. Segundo Adolfo Padilha, diretor do jornal, na semana anterior à de sua morte, Melyssa Martins Correia havia realizado a cobertura de um evento promocional num supermercado que pertencia a um membro do PCC. No dia seguinte, após investigações, a polícia tinha fechado o supermercado. De acordo com o diretor do jornal, o PCC achava que a jornalista tinha vindo ao supermercado para se informar sobre as atividades do comando e denunciá-las.
O delegado encarregado do inquérito, Cacildo Galindo, acha que poderia tratar-se de um crime comum, já que o celular e a carteira da vítima foram roubados.