Fotógrafo morto a balas no Rio de Janeiro
Foi com imenso pesar que Repórteres sem Fronteiras soube do assassinato do fotógrafo independente Robson Barbosa Bezerra, em 8 de fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro. A Organização apresenta sinceras condolências à família e pede às autoridades que não descartem a pista profissional.
“Se as razões profissionais forem confirmadas, Robson Barbosa Bezerra será o oitavo jornalista morto no Brasil no exercício de suas funções desde 2002. O país continua a apresentar perigo para os jornalistas independentes e regionais. Sem deixar de considerar os antecedentes judiciários e os contenciosos pessoais da vítima, pedimos às autoridades encarregadas do inquérito que não descartem a pista profissional. Robson Barbosa Bezerra sentia-se ameaçado e seu assassinato apresenta as características de um contrato”, afirmou Repórteres sem Fronteiras.
Na noite de 8 de fevereiro de 2007, por volta das 20 horas, Robson Barbosa Bezerra, 41 anos, voltava de carro para seu domicílio no bairro da Abolição, no norte do Rio de Janeiro. No instante em que estacionava, indivíduos armados dispararam oito tiros em sua direção. O fotógrafo teve morte instantânea por tiro na cabeça. Com o cadáver, os investigadores encontraram 1 600 reais (cerca de 600 euros) em dinheiro, um anel banhado a ouro, relógio, cartão de crédito e documentos - dentre os quais a carteira da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) -, o que exclui a alegação de roubo.
Alguns dias antes do crime, Robson Barbosa Bezerra tinha dado queixa por ameaças e uma agressão. Logo, a razão profissional não está descartada, mas os investigadores assinalaram que a vítima também tinha antecedentes judiciários. Em dezembro passado, Robson Barbosa Bezerra tinha sido preso em flagrante por violências contra a ex-mulher, Renata Mathias. Já culpado por violências conjugais, também tinha sido objeto de queixa após recente briga com um colega.
Segundo o diário O Globo, o delegado Carlos Gomes já interrogou a mãe e a irmã do jornalista, o porteiro do prédio em que ficava o seu escritório, e uma quarta pessoa, cuja identidade não foi revelada.