Conclusão à vista na investigação do assassinato do comentarista esportivo Valério Luiz
Repórteres sem Fronteiras toma nota dos mais recentes desenvolvimentos da investigação sobre o assassinato de Valério Luiz de Oliveira. O comentarista esportivo da estação privada Rádio Jornal 820 AM, de 49 anos, fora baleado mortalmente na tarde do dia 5 de julho de 2012 em Goiânia, capital do estado de Goiás. Valério Luiz foi um dos cinco jornalistas assassinados no Brasil em 2012 por razões vinculadas com suas atividades profissionais.
“A detenção de Maurício Sampaio, antigo vice-presidente do Atlético Goianiense, parece confirmar a hipótese de represálias relacionadas com as críticas proferidas na rádio por Valério Luiz contra os dirigentes do clube. Embora respeitando a presunção de inocência, Repórteres sem Fronteiras se congratula por este avanço da investigação. Os graves problemas de segurança padecidos pelos jornalistas brasileiros, sobretudo no âmbito local, influenciaram negativamente a posição do país na última Classificação Mundial da liberdade de imprensa publicada por Repórteres sem Fronteiras. Porém, o Brasil se distingue de outros países da região graças a seus esforços na luta contra a impunidade em vários casos”, declarou a organização.
A prisão, a 1 de fevereiro de 2013, de três homens suspeitos de terem participado na execução de Valério Luiz permitiu chegar até ao nome do empresário Maurício Sampaio. Marcus Vinícius, um açougueiro conhecido como “Marquinhos”, confessou imediatamente ter sido o autor material do crime. Um policial militar e um terceiro indivíduo, amigo e parceiro de negócios de Maurício Sampaio, teriam supostamente contratado o primeiro para matar o jornalista em troca de 200 000 reais (cerca de 74 mil euros).
Maurício Sampaio, presumível mandante, foi detido em seu domicílio a dia 2 de fevereiro. Seu depoimento deve ser realizado hoje, a 4 de fevereiro. Até agora, o ex-vice-presidente do Atlético-GO negou qualquer relação com os fatos. Ele fora alvo de fortes críticas por parte do jornalista, que estava proibido de entrar na sede do clube, junto com sua rádio.
Ler também o relatório de investigação: “Brasil, o país dos trinta Berlusconis”.