Assassinato de Tim Lopes: prisão do sexto membro da quadrilha de Elias Maluco
No dia 26 de agosto de 2002, foi capturado o sexto membro da quadrilha de traficantes de droga que assassinaram de maneira selvagem o jornalista Tim Lopes. Dos nove suspeitos acusados do assassinato de Tim Lopes, seis foram presos, dois foram mortos e um continua foragido. A organização Repórteres sem Fronteiras declarou-se extremamente preocupada com as denúncias que afirmam que policiais corruptos teriam recebido dinheiro dos assassinos do jornalista.
Renato Souza Lopes, o "Ratinho", integrante do bando de Elias Maluco, principal suspeito do assassinato de Tim Lopes, foi preso no dia 26 de agosto em uma casa da favela do Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, foi Ratinho que teria reconhecido Tim Lopes quando o jornalista realizava uma reportagem em Vila Cruzeiro. O traficante, igualmente acusado de porte ilegal de armas, negou ter participado do assassinato do jornalista. No dia 23 de agosto, a polícia tentara capturar Elias Maluco, mas o bandido tinha conseguido escapar poucos minutos antes da chegada dos policiais. A fuga teria sido possível graças à cumplicidade de dois policiais. Uma investigação administrativa foi solicitada para apurar o envolvimento de membros da polícia. Dos nove suspeitos acusados do assassinato de Tim Lopes, seis foram presos, dois foram mortos e um continua foragido. Quatro outros traficantes do mesmo bando morreram em confrontos com a polícia.
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16.08.2002 - Morto terceiro membro da quadrilha que assassinou Tim Lopes
Flávio Reginaldo dos Santos, o "Buda", que pertencia ao bando de Elias Maluco, principal suspeito do assassinato de Tim Lopes, foi morto pela polícia em Vila Cruzeiro, favela do Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 2002, de manhã cedo. Segundo a polícia, o traficante teria sido atingido ao tentar escapar dos policiais que tentavam prendê-lo. Flávio Reginaldo dos Santos não teria participado diretamente do assassinato do jornalista. Ele era procurado por ter incendiado, em setembro de 2001, um veículo da Delegacia de Repressão a Entorpecentes no qual se encontravam quatro policiais.
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16.08.2002 - Assassinato de Tim Lopes : Repórteres sem Fronteiras extremamente preocupada com a morte de dois suspeitos (versão portuguesa)
Com a morte, em menos de uma semana, de dois suspeitos do assassinato do jornalista Tim Lopes (foto), a organização Repórteres sem Fronteiras declarou-se "preocupada" pelo rumo que estão tomando as investigações. "Sabemos que um dos suspeitos foi morto em uma troca de tiros com a polícia, que tentava prendê-lo, e estamos extremamente preocupados com as denúncias que afirmam que policiais corruptos teriam recebido dinheiro dos assassinos do jornalista", declarou Robert Ménard, Secretário Geral de Repórteres sem Fronteiras.
Em uma carta endereçada ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, a organização pediu que fosse efetuado um inquérito detalhado sobre as circunstâncias da morte dos dois suspeitos, em particular de Maurício de Lima Matias, morto durante um tiroteio com a polícia. "Seria inadmissível que membros da polícia estivessem contribuindo para que esse crime permanecesse impune", acrescentou Robert Ménard, ressaltando que "esse crime hediondo suscitou uma profunda indignação, tanto por parte da sociedade brasileira como da comunidade internacional".
Repórteres sem Fronteiras pediu igualmente para ser informada dos resultados da investigação sobre as acusações de corrupção de membros da polícia por Elias Pereira, chefe do bando que executou o jornalista. Por fim, a organização exigiu que fossem tomadas providências para garantir a segurança dos cinco suspeitos do crime que estão atualmente presos, bem como das testemunhas.
Um dos acusados do assassinato de Tim Lopes, André da Cruz Barbosa, conhecido como "André Capeta", foi morto com um tiro na cabeça no dia 13 de agosto de 2002. De acordo a polícia, o bandido teria se suicidado. Entretanto, não foi descartada a hipótese de que ele tenha sido morto por uma quadrilha rival ou por um membro de seu próprio bando. Segundo Aldney Zacharias Peixoto, corregedor-geral da Corregedoria Geral Unificada, André Barbosa poderia ter sido considerado como alguém que sabia demais e ter sido executado por policiais corruptos, tradicionalmente pagos pelo próprio bando para assegurar sua proteção.
No dia 8 de agosto, outro suspeito da morte do jornalista, Maurício de Lima Matias, tinha sido morto com um tiro quando a polícia tentava prendê-lo no subúrbio de Vigário Geral, zona norte do Rio, onde estava escondido. Ele tinha sido denunciado por outros suspeitos como um dos participantes do assassinato do jornalista e era uma das quatro pessoas procuradas pela polícia.
Segundo a Agence France presse, a polícia recebeu recentemente uma denúncia anônima que afirmava que Elias Pereira, o "Elias Maluco", chefe da quadrilha de traficantes de droga que executou o jornalista, "teria pagado 600.000 reais a policiais corruptos para que o deixassem tranqüilo". Essa informação foi desmentida por Francisco Bras, comandante da polícia militar. Por outro lado, Roberto Aguiar, Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, afirmou que é possível que Elias Maluco esteja contando com a proteção de alguns policiais corruptos. Cinco policiais estariam sendo atualmente investigados.
Dois suspeitos do assassinato de Tim Lopes continuam sendo procurados pela polícia: Elias "Maluco" e Renato Souza Lopes, o "Ratinho". De acordo com o jornal O Globo, um juiz decretou, em 9 de agosto, a prisão preventiva dos cinco suspeitos que já foram capturados: Elizeu Felício de Souza, (o "Zeu"), Angelo Ferreira da Silva (o "Primo"), Reinaldo Amaral de Jesús ("Kadê" ou "Cabê"), Fernando Sátyro da Silva (o "Frei") e Claudino dos Santos Coelho (o "Xuxa"). A decisão foi tomada por solicitação das duas promotoras encarregadas do dossiê, Viviane Tavares Henriques e Patrícia Mothé Glioche, para evitar que os suspeitos fossem postos em liberdade. Os cinco homens são acusados de "roubo", "tráfico de drogas", "homicídios" e "ocultação de cadáver".
Tim Lopes, da TV Globo, foi assassinado na madrugada do dia 3 de junho, quando realizava uma reportagem em uma favela do subúrbio carioca, Vila Cruzeiro, sobre a incitação à prostituição infantil por parte dos traficantes de droga. O jornalista foi identificado pelos traficantes quando filmava com uma micro-câmera. Segundo dois dos suspeitos presos, ele foi torturado e morto com uma facada pelo manda-chuva local da droga, Elias "Maluco", e seu corpo foi em seguida queimado. No dia 5 de julho, restos humanos encontrados em um cemitério clandestino da favela de Grota (Rio de Janeiro) foram formalmente identificados como sendo de Tim Lopes.