Não existem meios de comunicação livres na Arábia Saudita e os jornalistas sauditas permanecem sob estreita vigilância, mesmo no exterior. Desde 2017, o número de jornalistas e blogueiros atrás das grades mais do que triplicou.
Cenário midiático
Quase toda a mídia saudita está sob o controle das autoridades, e a autocensura, mesmo nas redes sociais, é uma constante. Mesmo quando financiados por fundos privados, os meios de comunicação sauditas seguem as diretrizes do governo estabelecidas pela Saudi Press Agency (SPA). A imprensa é dividida em duas principais tendências de opinião. Os diários Al Watan e Okaz encarnam a chamada corrente "liberal", enquanto o Al-Riyadh, em particular, é a expressão da corrente conservadora.
Contexto político
Para os meios de comunicação pertencentes à família real, a autocensura é a regra. Os demais meios, por sua vez, são obrigados a se submeter diariamente ao controle dos censores do Ministério da Informação. Jornalistas que criticam o papel do país na guerra no Iêmen, que se opõem à normalização das relações com Israel são considerados traidores. Aqueles que preferem permanecer neutros e não seguir a linha oficial elogiando o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman (MBS) tornam-se na realidade suspeitos.
Quadro jurídico
O código penal, as leis antiterroristas ou de cibercriminalidade permitem enviar para a prisão ou suspender os jornalistas que façam declarações críticas (por "blasfêmia", "incitamento ao caos", "colocar em perigo a unidade nacional" e "atentar contra a imagem e a reputação do rei e do Estado"). Desde 2018, o governo reforçou ainda mais o seu controle nas redes sociais.
Contexto económico
A mídia saudita é, em sua maioria, financiada pelo reino ou por pessoas próximas ao governo. O grupo MBC, do qual faz parte a Al Arabiya, recebe recursos significativos e sua influência ultrapassa as fronteiras da Arábia Saudita. Muitos jornalistas famosos prosperam no jornalismo esportivo, muito popular, ou na cobertura da organização de eventos culturais.
Contexto sociocultural
Os casos de Raif Badawi e Ali Abulohoom, condenados por ter publicado online comentários considerados apostasia, são emblemáticos das tensões entre a liberdade de imprensa e o respeito aos preceitos religiosos no reino wahabita. Os direitos das mulheres também continuam a ser um assunto tabu que pode levar à prisão, julgamento e tortura de ativistas, jornalistas e blogueiros envolvidos com essa temática.
Segurança
A maioria dos jornalistas presos foi detida arbitrariamente, e a tortura é quase sistemática para os prisioneiros de consciência. Eles também são perseguidos e assediados online por “brigadas eletrônicas”, muito ativas nas redes sociais. O reino também usa técnicas muito avançadas de espionagem para rastrear jornalistas exilados ou para monitorar personalidades influentes.