Um mês após morte de Khashoggi, RSF apaga simbolicamente a torre Eiffel em homenagem aos jornalistas assassinados.
Às vésperas do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, a Repórteres sem Fronteiras (RSF) apaga simbolicamente a torre Eiffel, em homenagem a Jamal Khashoggi, famoso colunista saudita assassinado no 2 de outubro passado, e a todos os jornalistas que perderam a vida em razão da sua labor profissional.
Na quinta-feira 1 de novembro, às 18:30 horas, a torre Eiffel se submergiu na escuridão durante um minuto. Uma homenagem rendida em silêncio a Jamal Khashoggi, assassinado no dia 2 de outubro passado no consulado saudita em Istambul, e a todos os jornalistas assassinados no mundo cujas mortes permanecem impunes.
Esta manifestação, que foi possível graças ao apoio da Prefeitura de Paris, foi organizada nas vésperas do dia 2 de novembro, data em que se comemora o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. Desde o início do ano 2018, 77 jornalistas e colaboradores dos meios de comunicação têm sido assassinados. Nove em cada dez crimes cometidos contra jornalistas permanecem impunes.
“O bárbaro assassinato de Jamal Khashoggi mostra que já não há limites na eliminação premeditada de jornalistas”, apontou Christophe Deloire, Secretário Geral da RSF, numa conferência de imprensa organizada justamente em frente da torre Eiffel, no palácio de Varsovie. “Para protestar por essa situação inconcebível, tinha de ser realizado um gesto significativo, como o de apagar um dos monumentos mais emblemáticos do mundo. Envolvendo a torre Eiffel na escuridão, a cor do luto, rendemos homenagem aos nossos colegas assassinados. O retorno da iluminação, da luz, lembra aos assassinos dos jornalista que mais cedo ou mais tarde justiça deverá ser feita”, declarou.
Junto ao Secretário Geral da RSF também estavam: Fabiola Badawi, que foi colega de Jamal Khashoggi; Andrew Caruana Galizia, um dos filhos de Daphné Caruana Galizia, a jornalista de investigação maltesa assassinada no 16 de outubro passado com a explosão de uma bomba colocada no seu carro; assim como Christophe Boisbouvier, jornalista de Radio France Internationale (RFI) e representante da associação de Amigos de Ghislaine Dupont e Claude Verlon, jornalistas assassinados no Mali há cinco anos.
Quando a torre Eiffel voltou a iluminar-se, brandiram-se simbolicamente os retratos de Jamal Khashoggi, junto com os de Ghislaine Dupont, Claude Verlon e Daphné Caruana Galizia, acompanhados da hashtag #NoImpunity.