Quando Xi Jinping, cuja família foi vítima da Revolução Cultural, chegou ao poder na China em 2013, era de se esperar que ele implementasse reformas liberais. Pelo contrário, fortaleceu o controle do regime sobre a informação, restaurando em poucos anos uma cultura midiática digna da era maoísta. Contando com o uso massivo de novas tecnologias, Xi Jinping impôs um modelo social baseado na censura, na propaganda e na vigilância. A Administração do Ciberespaço da China (CAC), órgão supervisionado pelo próprio Xi Jinping, impede que bilhões de usuários de Internet chineses recebam e comuniquem informações independentes livremente. A mídia estatal não deve apenas obedecer ao Partido, mas também "
refletir sua vontade, proteger sua autoridade e sua unidade". O aplicativo para smartphone “Estudar Xi para fazer o país mais forte”, obrigatório para todos os jornalistas desde 2019, além de permitir que o regime teste sua lealdade, também é suspeito de acessar os dados dos telefones dos usuários. Sob Xi Jinping, a perseguição aos correspondentes estrangeiros e suas fontes atingiu novos recordes, enquanto no exterior o regime tenta, por todos os meios, promover e exportar seu modelo opressor.
A China de Xi Jinping é a maior prisão do mundo para defensores da liberdade de imprensa, com mais de 115 pessoas detidas em 2021, em condições temerárias para suas vidas. O sistema de “prisão domiciliar em local designado” (RSLD), um eufemismo para confinamento solitário nas “prisões negras” chinesas, onde os detidos são privados de seus direitos e correm o risco de tortura, é comumente usado para silenciar jornalistas que não seguem a narrativa oficial.
Kunchok Jinpa, importante fonte de informações sobre o Tibete, morreu em fevereiro de 2021 em consequência dos maus tratos na prisão, assim como o ganhador do Prêmio Nobel da Paz e do Prêmio Liberdade de Imprensa da RSF,
Liu Xiaobo, e o comentarista político
Yang Tongyan, em 2017.
DISCURSO OFICIAL: doutrinação paternalista