Predator
Ilham Aliev
Presidente da República do Azerbaijão desde 2003
Predador desde que chegou ao poder/ intensificação a partir de 2014
Azerbaijão, 167o/180 no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2021
MODO DE PREDAÇÃO: Justiça subserviente ao regime de Baku
No Azerbaijão, a Justiça subserviente ao regime condena jornalistas por pretextos absurdos e falaciosos e, por vezes, por motivos muito graves. Os serviços de segurança, por sua vez, não têm pressa em investigar agressões a jornalistas. Pelo contrário, os agressores de jornalistas são protegidos mesmo quando cometem crimes terríveis. Sob o regime de Aliyev, sites de notícias podem ser legalmente bloqueados se apresentarem algum “perigo para o Estado ou para a sociedade”. Por fim, a censura não parou de endurecer durante o conflito armado entre a Armênia e o Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, e Baku recusa regularmente credenciar jornalistas estrangeiros.
ALVOS PREFERIDOS: vozes críticas, principais alvos do regime
Ilham Aliyev visa principalmente à mídia independente e jornalistas críticos do regime. Jornalistas investigativos são severamente reprimidos por suas reportagens sobre corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Em fevereiro de 2021, Zaour Gambarov (Anews.az), jornalista crítico cujos artigos abordam problemas socioeconômicos na região de Gadabay, foi agredido fisicamente. Mesmo tendo sido vítima do ataque, foi sentenciado a três anos e meio de prisão por “perturbações à ordem pública”, obtendo mais tarde o perdão presidencial. Ilham Aliyev exporta sua ferocidade contra a liberdade de imprensa para além das fronteiras e não hesita em atacar parentes de jornalistas. Afgan Moukhtarli, jornalista que investiga corrupção e nepotismo no país, foi forçado ao exílio na Geórgia, onde foi sequestrado e entregue aos serviços de segurança do Azerbaijão em 2017. No mesmo ano, o cunhado do jornalista Turkel Azerturk (Turan TV), considerado um dissidente e exilado na Holanda, foi preso por “tráfico de drogas" em Baku. O governo também pratica chantagem usando gravações de conotação sexual. Em 2012, a jornalista independente Khadija Ismailova teve vídeos íntimos, feitos sem seu conhecimento, amplamente divulgados na Internet. Ela estava investigando um esquema de corrupção envolvendo a família Aliyev.
DISCURSO OFICIAL: entre a negação e a hipocrisia
“Temos meios de comunicação livres, temos uma Internet livre. Hoje, devido à lei marcial, temos algumas restrições, mas antes não havia restrição nenhuma. Mais de 80% da população usa a Internet no Azerbaijão. Vocês podem imaginar uma restrição dos meios de comunicação em um país onde tantas pessoas têm acesso livre à Internet e onde não há censura? (...) Como vocês podem dizer que não temos meios de comunicação livres? Mais uma vez, esta é uma abordagem tendenciosa. É uma tentativa de criar uma certa percepção do Azerbaijão junto ao público ocidental. Temos uma oposição, temos ONGs, temos atividade política livre, temos meios de comunicação livres, temos liberdade de expressão” (Entrevista para a BBC News, em pleno conflito em Nagorno-Karabakh, novembro de 2020).
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