A noiva do jornalista Jamal Khashoggi é a convidada de honra da RSF no Memorial dos Repórteres em Bayeux
Convidada pela Repórteres sem Fronteiras (RSF), Hatice Cengiz participa da cerimônia anual do Memorial dos Repórteres, que será realizada na cidade de Bayeux no dia 10 de outubro. Parte da 26ª edição do Prêmio Bayeux Calvados-Normandia de Correspondentes de Guerra, a cerimônia homenageia os jornalistas mortos no último ano.
Hatice Cengiz nunca conseguiu enterrar seu noivo, o jornalista saudita Jamal Khashoggi, brutalmente assassinado no dia 2 de outubro de 2018, no consulado da Arábia Saudita em Istambul. Nesta quinta-feira, 10 de outubro de 2019, ela revelará seu nome gravado na lápide do Memorial dos Repórteres de Guerra de Bayeux e fará um discurso na cerimônia anual organizada pela RSF.
"O assassinato de Jamal Khashoggi é um ataque contra todos os jornalistas, contra o jornalismo em geral, contra o direito dos seres humanos à liberdade de opinião e de expressão", declarou o secretário geral da RSF, Christophe Deloire. "Estamos ao lado de Hatice Cengiz e todas as famílias que sentiram a dor de perder um dos seus pela única razão de terem realizado seu trabalho como jornalista. A luta deles pela verdade e contra a impunidade é nossa."
Presença dos amigos da jornalista Lyra McKee
Este ano, parentes e amigos da jornalista investigativa da Irlanda do Norte, Lyra McKee, morta no exercício de sua atividade de informar durante confrontos em Londonderry, Reino Unido, em 18 de abril de 2019, prestarão homenagem à jovem que faleceu aos 29 anos.
A família de Bakhtiyar Haddad, jornalista e fixer morto em 19 de junho de 2017 durante a batalha de Mosul, bem como a de Marc Filloux, jornalista francês baseado em Vientiane, no Laos, pela AFP, desaparecido no Camboja em abril de 1974, também participarão da cerimônia.
México: dez mortos desde o início de 2019
Entre os muitos nomes de falecidos gravados na lápide, estarão os de nove jornalistas mexicanos, Jesus Alejandro Márquez Jiménez, Mario Leonel Gómez Sánchez, Ruben Pat, José Guadalupe Chan Dzib, Rafael Murúa Manríquez, Jesús Eugenio Ramos Rodríguez Santiago Barroso, Telesforo Santiago Enríquez e Francisco Romero Diaz.
Em 2019, pelo menos 10 jornalistas foram assassinados no país em relação direta com o trabalho, fazendo do México, que ocupa o 144º lugar entre 180 países no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2019, o país mais mortal do mundo para a imprensa, muito à frente do Afeganistão e da Síria, que contaram respectivamente quatro assassinatos no mesmo período.